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A HISTÓRIA DO UNIVERSO (Parte I)



Capitulo I

Antes que existisse uma estrela a brilhar, antes que houvesse
anjos a cantar, já havia um céu, o lar do Eterno, o único
Deus. Perfeito em sabedoria, amor e glória, viveu o Eterno
uma eternidade, antes de concretizar o Seu lindo sonho, na
criação do Universo. Os incontáveis seres que compõem a
criação foram, todos, idealizados com muito carinho. Desde o
íntimo átomo às gigantescas galáxias, tudo mereceu Sua
suprema atenção. Amante da música, Deus idealizou o
Universo como uma grande orquestra que, sob Sua regência,
deveria vibrar acordes harmoniosos de justiça e paz. Para
cada criatura Ele compôs uma canção de amor.


O Eterno estava muito feliz, pois os Seus sonhos estavam para se
realizar. Movendo-Se com majestade, iniciou Sua obra de
criação. Suas mãos moldaram primeiramente um mundo de
luz, e sobre ele uma montanha fulgurante sobre a qual estaria
para sempre firmado o trono do Universo. Ao monte sagrado
Deus denominou: Sião. Da base do trono, o Eterno fez jorrar
um rio cristalino, para representar a vida que d'Ele fluiria para
todas as criaturas. Como sala do trono, criou um lindo paraíso
que se estendia por centenas de quilômetros ao redor do
monte Sião. Ao paraíso denominou: Éden. Ao sul do paraíso,
em ambas as margens do rio da vida, foram edificadas
numerosas mansões adornadas de pedras preciosas, que se
destinavam aos anjos, os ministros do reino da luz.
Circundando o Éden e as mansões angelicais, construiu Deus
uma muralha de jaspe luzente, ao longo da qual podiam ser
vistos grandes portais de pérolas. Com alegria, o Eterno
contemplou a Capital sonhada. A cidade em seu esplendor
era como uma noiva adornada, pronta para receber seu
esposo. Carinhosamente, o grande Arquiteto a denominou:
Jerusalém, a Cidade da Paz. Deus estava para trazer à
existência a primeira criatura racional. Seria um anjo glorioso,
de todos o mais honrado. Adornado pelo brilho das pedras
preciosas, esse anjo viveria sobre o monte Sião, como
representante do Rei dos reis diante do Universo.

Com muito amor, o Criador passou a modelar o primogênito dos anjos.
Toda sabedoria aplicou ao formá-lo, fazendo-o perfeito. Com
ternura concedeu-lhe a vida; o formoso anjo, como que
despertando de um profundo sono, abriu os olhos e
contemplou a face de seu Autor. Com alegria, o Eterno
mostrou-lhe as belezas do paraíso, falando-lhe de Seus
planos, que começavam a se concretizar. Ao ser conduzido
ao lugar de sua morada, junto ao trono, o príncipe dos anjos
ficou agradecido e, com voz melodiosa, entoou seu primeiro
cântico de louvor. Das alturas de Sião, descortinava-se, aos
olhos do formoso anjo, Jerusalém em sua vastidão e
esplendor. O rio da vida, ao deslizar sereno em meio à
Cidade, assemelhava-se a uma larga avenida, espelhando as
belezas do jardim do Éden e das mansões angelicais.
Envolvendo o primogênito dos anjos com Seu manto de luz, o
Eterno passou a falar-lhe dos princípios que haveriam de
reger o reino universal. Leis físicas e morais deveriam ser
respeitadas em toda a extensão do governo divino. As leis
morais resumiam-se em dois princípios básicos: amar a Deus
sobre todas as coisas e ao próximo corno a Si mesmo. Cada
criatura racional deveria ser um canal por meio do qual o
Eterno pudesse jorrar aos outros vida e luz. Dessa forma, o
Universo cresceria em harmonia, felicidade e paz. No reino
de Deus, as leis não seriam impostas com tirania; Os súditos
seriam livres. A obediência deveria surgir espontânea, num
gesto de reconhecimento e gratidão. Nesse reino de
liberdade, a desobediência também seria possível.

O resultado de tal comportamento seria o esvaziamento das
forcas vitais. Depois de revelar ao formoso anjo as leis de
Seu governo, o Eterno confiou-lhe uma missão de grande
responsabilidade: seria o protetor daquelas leis, devendo
honrá-las e revelá-las ao Universo prestes a ser criado. Com
o coração transbordante de amor a Deus e aos semelhantes,
caber-lhe-ia ser um modelo de perfeição: seria Lúcifer, o
portador da luz. O príncipe dos anjos; agradecido por tudo,
prostrou-se ante o amoroso Rei, prometendo-Lhe eterna
fidelidade. O Eterno continuou Sua obra de criação, trazendo
à existência inumeráveis hostes de anjos, os ministros do
reino da luz. A Cidade Santa ficou povoada por essas
criaturas radiantes que, felizes e gratas, uniam as vozes em
belíssimos cânticos de louvor ao Criador. Deus traria agora à
existência o Universo que, repleto de vida, giraria em torno de
Seu trono firmado em Sião. Acompanhado por Seus
ministros, partiu para a grandiosa realização. Depois de
contemplar o vazio imenso, o Eterno ergueu as poderosas
mãos, ordenando a materialização das multiformes
maravilhas que haveriam de compor o Cosmo. Sua ordem,
qual trovão, ecoou por todas as partes, fazendo surgir, como
que por encanto, galáxias sem conta, repletas de mundos e
sóis - paraísos de vida e alegria -, tudo girando
harmoniosamente em torno do monte Sião. Ao presenciarem
tão grande feito do supremo Rei, as hostes angelicais
prostraram-se, fazendo ecoar pelo espaço iluminado um
cântico de triunfo, em saudação à vida. Todo o Universo uniu-se
nesse cântico de gratidão, em promessa de eterna
fidelidade ao Criador. Guiados pelo Eterno, os anjos
passaram a conhecer as riquezas do Universo.

Nessa excursão sideral, ficaram admirados ante a vastidão do reino
da luz. Por todas as partes encontravam mundos habitados
por criaturas felizes que os recebiam em festa. Os anjos
saudavam-nos com cânticos que falavam das boas novas
daquele reino de paz. Tão preciosa como a vida, a liberdade
de escolha, através da qual as criaturas poderiam demonstrar
seu amor ao Criador, exigia um teste de fidelidade. Com o
propósito de revelá-lo, o Eterno conduziu as hostes por entre
o espaço iluminado, até se aproximarem de um abismo de
trevas que contrastava com o imenso brilho das galáxias. Ao
longe, esse abismo revelara-se insignificante aos olhos dos
anjos, como um pontinho sem luz; mas à medida de sua
aproximação, mostrou-se em sua enormidade. O Criador, que
a cada passo revelava aos anjos os mistérios de Seu reino,
ficou ali silencioso, como que guardando para Si um segredo.
As trevas daquele abismo consistiam no teste da fidelidade.
Voltando-Se para as hostes, o Eterno solenemente afirmou: -
"Todos os tesouros da luz estarão abertos ao vosso
conhecimento, menos os segredos ocultos pelas trevas. Sois
livres para me servirem ou não. Amando a luz estareis
ligados à Fonte da Vida". Com estas palavras, fez Deus
separação entre a luz e as trevas, o bem e o mal. O Universo
era livre para escolher seu destino.

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